28 agosto 2008

6 anos

Mais um ano se passou, e eu ainda lembro de tudo com muitas saudades. Todos os anos, mal amanhece o dia eu assisto com nitidez o filme que rola na minha mente, vejo tudo de novo, e todos os anos, tenho a sensação que tudo acabou de acontecer a um dia atrás. Mas a saudade é intrusa, não pede licença, vai chegando como se nada fosse, e fazendo doer o peito da gente.
Mario Prado definiu a saudade assim: Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Clarice Lispector já foi mais alem: Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
E ela não exagerou quando chamou saudade de “um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”
Só é imensurável, a saudade que a gente sente de alguém que já partiu essa não tem como matar, só se pode mesmo é dar vazão às lembranças, de todos os momentos bons, e de toda amizade devotada enquanto assim nos foi permitido.
Saudades eternas *28/08/2002

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