31 maio 2008

Parecia...

26 maio 2008

25 maio 2008

Despedida dói?

"A razão por que a despedida dói tanto é que muitas vezes as almas estão ligadas. Talvez sempre tenham sido e sempre serão. Talvez tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nos encontramos. E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos. Isso significa que um adeus é, ao mesmo tempo que um adeus pelos últimos dez mil anos, um prelúdio do que virá um dia... talvez nos próximos dez mil anos."
(Diário de uma paixão)

22 maio 2008

O tempo da gente...

Preciso não dormir, até se consumar, o tempo, da gente. Preciso conduzir, um tempo de te amar, te amando devagar e urgentemente. Pretendo descobrir, no último momento, um tempo que refaz o que desfez. Que recolhe todo o sentimento e bota no corpo uma outra vez.Prometo te querer, até o amor cair, doente, doente, prefiro então partir a tempo de poder a gente se desvencilhar da gente. Depois de te perder, te encontro com certeza, talvez num tempo da delicadeza. Onde não diremos nada, nada aconteceu, apenas seguirei, como encantada ao lado teu!

17 maio 2008

Saudade é um pouco como fome...

Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco:
quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira
é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
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(Clarice Lispector)
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FCJ 12:37 Ch.ou

14 maio 2008

Falo do olhar que paraliza...

"Não me refiro ao olhar apaixonado. Falo de alguém. Falo do olhar que paralisa o outro e não se pode desligar. Que se apavora de adivinhar-se possivelmente feliz e se descobre em profundidade e espanto no poço do outro, no fundo do qual mora uma certeza nunca antes confirmada."
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(Artur da Távola)
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FCJHB 21:27 Ch.ou

13 maio 2008

Escrever

"Escrever é procurar entender, procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."
(Clarice Lispector)

09 maio 2008

"...Mas é carregado de afinidade."

"A grandeza do amor está na impossibilidade de sua catalogação, cristalização, definição, congelamento em fórmulas, formas e fôrmas. Ele é tão amplo, misterioso e profundo que sempre está além de onde o colocamos. Sempre surpreende. Sempre é mais. É outro. Aparece diferente. Aumenta na hora de acabar. Diminui na hora de existir. De vez em quando, coincide. Enfada, se permanece. Assusta, se ameaça partir. Cansa na constância. Desanima na inconstância. Cresce, porém na distância. Vive de um estranhamento. Mas é carregado de afinidade."

(Artur da Távola - 03/01/1936 à 09/05/2008)

FCJT 17:40 L.ei

08 maio 2008

Distância

"A distância é como os ventos: apaga as velas
e acende as grandes fogueiras."
(Machado de Assis)

04 maio 2008

Solidão vista pelo "Chico Buarque"

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar,
passear ou fazer sexo...Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência
de entes queridos que não podem mais voltar...Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe as vezes,
para realinhar os pensamentos...Isto é equilíbrio.
Tampouco é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente,
para que revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...Isto é circunstância.
Solidão é muito mais que isso...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão, pela nossa Alma!!!

02 maio 2008

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência,
essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade

01 maio 2008

As vitrines

Eu te vejo sair por aí, te avisei que a cidade era um vão, dá tua mão, olha pra mim, não faz assim, não vai lá não...
Os letreiros a te colorir, embaraçam a minha visão, eu te vi suspirar de aflição e sair da sessão, frouxa de rir...
Já te vejo brincando, gostando de ser, tua sombra a se multiplicar, nos teus olhos também posso ver, as vitrines te vendo passar...
Na galeria, cada clarão, é como um dia, depois de outro dia, abrindo salão, passas em exposição, passas sem ver teu vigia, catando a poesia, que entornas no chão...
Chico Buarque de Hollanda