Eu te vejo sair por aí
Te avisei que a cidade era um vão
- Dá tua mão
- Olha pra mim
- Não faz assim
- Não vai lá não
Os letreiros a te colorir embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição e sair da sessão, frouxa de rir
Já te vejo brincando, gostando de ser tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver as vitrines te vendo passar
Na galeria, cada clarão é como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão, passas em exposição passas sem ver teu vigia
Catando a poesia, que entornas no chão...
Chico Buarque - Vitrines
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