01 junho 2008

Procuro um amor maduro...

O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas quase silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido, colorido e poetizado. Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento. Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes. O amor maduro não disputa, não cobra, pouco pergunta, menos quer saber. Teme, sim. Porém não faz do temor argumento. Basta-se com a própria existência. Alimenta-se do instante presente valorizado e importante. O amor maduro é a capacidade de crer e continuar. É o sentimento que se mantém mais forte depois de todas as ameaças. O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa. Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois. Vive do que fermentou criando dimensões novas para jardins abandonados cheios de sementes. Não exige, dá. Não pergunta, adivinha. O amor maduro não precisa de armaduras, coices, cargos, iluminuras, enfeites, papel de presente, flâmulas, hinos, discursos ou medalhas: ele vive de uma percepção tranqüila da essência do outro. Deixa escapar a carência sem que pareça paupérrima. Demonstra a necessidade sem que pareça voraz. Define uma dependência sem que se manifeste humilhante. Não precisa nem quer nada do muito. Está relacionado com a vida, por isso é pleno em cada ninharia e por ela transformada em paraíso. É feito de compreensão, música e mistério. É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança. É como o sol de outono: nítido, mas doce. Luminoso, sem ofuscar. Suave, mas definido.
Discreto, mas certo. É assim ...o amor maduro! (Artur da Távola)

Um comentário:

Anônimo disse...

Menina, tu és sensível, tens um coração puro, és envolta por uma capacidade incrível de sensibilizar as pessoas...Mereces este maduro amor que procuras.